domingo, 30 de outubro de 2011

Entre Segredos e Mentiras




Tatiana Babadobulos

Entre Segredos e Mentiras (All Good Things). Estados Unidos. 2010. Direção: Andrew Jarecki. Roteiro: Marcus Hinchey e Marc Smerling. Com: Ryan Gosling, Kirsten Dunst e Frank Langella. 101 minutos.


É um tanto chocante a história na qual é baseada o longa-metragem “Entre Segredos e Mentiras” (“All Good Things”), que estreia nesta sexta-feira, 21. A fita foi rodada em 2008 nos Estados Unidos, mas levou dois anos para ser lançada naquele mercado. No Brasil, estreia logo após passar pelo Festival do Rio.

No início, pouco se sabe sobre o longa-metragem dirigido por Andrew Jarecki, em sua estreia na ficção. Isso porque o filme é contado de traz para frente, durante um depoimento de uma das personagens, David (Ryan Gosling, de “Amor à Toda Prova”), em um tribunal. Então, a fita começa a narrar a história, e a contar o tempo, já que o início se dá nos anos 1970, em um arco que segue até 1982, auge do problema relatado, e, na sequência, até os dias atuais, já que o caso não foi resolvido.



Na fita, David, que nasceu em uma família rica e atua no mercado imobiliário norte-americano, se casa com Katie (Kristen Dunst, de “Maria Antonieta”), mesmo a contra gosto do pai, o todo-poderoso Sanford (Frank Langella, de “Frost/Nixon”). A partir daí, os dois vão ter de lutar contra as exigências da família, mas ao mesmo tempo ter de se virar para ganhar o dinheiro que precisam para viver.

As personagens são bem construídas e o espectador consegue nutrir um pouco de simpatia (ou antipatia) a cada uma delas, já que o que é apresentado se torna suficiente. O jeito meigo de Kristen ao lado do meio canastrão de Gosling, que depois pode adotar nuances um pouco psicopatas, combinam e demonstram que estão em sintonia nas suas interpretações. Já Langella, com seu jeito de superioridade de mostrar ao filho o que é certo e o que não é, também leva muito a sério.

O caso é real. Portanto, por mais que se tente fazer suspense, não dá muito certo – talvez um dos motivos de não ter feito sucesso no país de origem. De qualquer modo, o espectador ainda pode se envolver com a trama e tentar entender por que a personagem central está sentada no banco dos réus logo no início da fita.

E o espectador brasileiro, desavisado com os acontecimentos dos Estados Unidos, vai comprar a trama e se envolver. Talvez, internamente, até cobrar justiça.

O nome original do filme, “All Good Things”, é o nome que batiza a loja que o casal abre no interior e comercializa produtos saudáveis. No nome em português refere-se ao problema que vamos investigar durante quase duas horas de projeção, que inclui assassinatos, traições e muito mistério.

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