Tatiana Babadobulos
O título original de “500 Dias com Ela” é “(500) Days of Summer”. Summer, no caso, não significa verão. Trata-se do nome da protagonista, vivida por Zooey Deschanel (de “Ponte para Terabítia”). E embora seja uma típica comédia romântica, a fita foi rotulada de cool (típico dos orçamentos pequenos – a produção custou 7,5 milhões de dólares) e foge do convencional. Aliás, o narrador, logo no início, já conta que não se trata de uma história de amor.
Isso porque o arquiteto Tom (Joseph Gordon-Levitt, de “GI Joe”) ganha a vida escrevendo frases para serem inseridas em cartões comemorativos. Quando conhece Summer na empresa onde trabalha, mostra que é, de fato, um rapaz piegas, que acredita no amor. E ela, para contrariar o comportamento típico das mulheres, não pensa em namorar, casar etc., pois acha tudo uma bobagem.
O que os une, porém, é o gosto musical. A trilha sonora do filme, vale destacar, é um capítulo a parte, com o som de The Smiths, o principal motivo das conversas entre os dois protagonistas. Entre os hits, “There Is A Light That Never Goes Out”, “Please, Please, Please, Let Me Get What I Want”. Uma sequência que lembra a de um típico musical (com coreografia no meio da rua e tudo) pode ter boa intenção, mas quebra o ritmo e faz o espectador perceber que está assistindo a um filme.
Esta é a primeira produção de longa-metragem que Marc Webb dirige. No entanto, durante as filmagens de “Juno”, Webb colaborou de perto com Eric Steelberg, diretor de fotografia das duas produções. E muitas semelhanças não terão sido mera coincidência, portanto.
Para fugir do tradicional, o diretor conta uma história diferente de modo não-linear, pois, apesar de se prender à contagem dos 500 dias, faz idas e vindas no tempo, contrasta o humor das personagens, sempre mostrando o motivo pelo qual eles têm para ter determinada atitude, principalmente na luta entre o amor e a indiferença.
“500 Dias com Ela” pode parecer um típico filme voltado para as meninas, que são tradicionalmente mais românticas. Porém, embora não se trate de um rapaz convencional, o público masculino pode se divertir também, curtir a trilha sonora e rir, uma vez que o bom humor está presente em boa parte da produção.
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