Tatiana Babadobulos
CHOCOLATE (Chocolat). França, 2015. Direção: Roschdy Zem. Com Omar Sy, James Thiérrée. 110 min.
Foi
a partir do lançamento de “Intocáveis”
que o ator Omar Sy ficou conhecido fora da França. Aliás, não foi
apenas depois da estreia do filme, mas, principalmente, após o
sucesso naquele país e a repercussão que gerou curiosidade para
conhecer a atuação dele na tela grande.
O
longa-metragem, sobre o tetraplégico que precisa de um cuidador
durante 24 horas, é de 2011, embora tenha estreado no Brasil apenas
no ano seguinte. A pré-estreia, porém, foi durante o Festival
Varilux de Cinema Francês de
2012.
A
edição deste ano do mesmo festival traz aos cinéfilos um outro
filme estrelado por Omar Sy. “Chocolate” (“Chocolat”) trata
sobre o primeiro artista circense negro na França.
O
longa é ambientado no final do século 19, no interior. Rafael
Padilha (Sy) chegou ao país depois de ser vendido quando era
criança. Nascido em Cuba, em 1868, ele consegue fugir e é
encontrado por um palhaço.
Primeiro,
ele faz participações nas apresentações do circo como um canibal.
E não se importa do papel, pois, mesmo que seja preconceituoso, ele
tem uma vida melhor do que a que tinha como escravo.
Mas,
depois que conhece o palhaço Footit (James Thiérrée), sua vida
começa a mudar. Compondo uma dupla, os palhaços se mudam para Paris
e veem tanto o sucesso quanto o preconceito aumentarem.
Omar
Sy dá vida ao personagem, mostra seu talento e como se movimenta no
picadeiro e no teatro, quando vai interpretar um personagem de
Shakespeare. Ainda que a veia cômica seja o seu forte, há cenas
dramáticas no longa dirigido por Roschdy Zem que são bem
interpretadas, sem ser caricatural.
Em
outro filme, “Samba”,
este de 2015, Sy vive um imigrante e traz o bom humor que conhecemos
de modo simples.
Contar
histórias do circo não é novidade, basta lembrar de Charles
Chaplin. “O
Circo”,
por exemplo, é de 1928, quando o cinema ainda não tinha som. O
brasileiro Selton Mello lançou, em 2011, “O
Palhaço”,
uma história sensível sobre o relacionamento do pai e do filho
palhaços.
No
México, a estrela do circo atendia pelo nome de Cantinflas, no final
dos anos 1920. A homenagem sobre a sua história, “Cantinflas
– A Magia da Comédia”,
foi lançada nos cinemas em 2014. Isso só pra falar de três
exemplos.
“Chocolate”
conta
a história de Rafael, mas também toca na ferida do preconceito que
existia no final do século 19. E, sem precisar se esforçar demais,
é possível ver que muitos narizes torcidos permanecem até hoje.
Depois
do Festival Varilux, o “Chocolate”
deve
estrear nos cinemas dia 21 de julho.
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