Tatiana Babadobulos
UM AMOR À ALTURA (Un Homme à la Hauter). França, 2016. Direção: Laurent Tirard. Com Jean Dujardin, Virginie Efira e Cédric Kahn. 98 min.
Há quem duvide que filme francês pode ser leve. Existe um estereótipo (errado) de que, se o filme é francês, é “cabeça”, “possui muitos diálogos”, “não tem final”.
Claro
que estereótipos não aparecem à toa. Mas, sob essa perspectiva,
está aí “Um Amor à Altura” (“Un Homme à la Hauter”)
para desmentir qualquer padrão.
Escrito
e dirigido por Laurent Tirard, o longa-metragem tem estreia prevista
para o dia 4 de agosto nos cinemas brasileiros, mas já pode ser
visto durante a edição de 2016 do Festival
Varilux de Cinema Francês.
A
comédia romântica é um remake do argentino “Coração de Leão –
O Amor não tem Tamanho” (2013), de Marcos Carnevale. Como o longa
sul-americano não foi exibido comercialmente na França, o diretor
foi convidado pela produtora a assistir ao filme.
E,
então, lhe foi lançado o desafio. “Tirar clichês melodramáticos
sul-americanos e acrescentar um ‘caldo’ mais europeu”, conta
Tirard, no material distribuído para a imprensa.
Na
trama, Diane (a bela atriz belga Virginie Efira) é uma advogada
recém-divorciada, que se dá bem com o ex-marido –ambos dividem o
escritório de advocacia. Até que um dia recebe um telefone em casa.
A ligação vem de alguém que encontrou o seu celular perdido em um
restaurante e quer muito devolvê-lo pessoalmente.
Do
outro lado da linha está Alexandre (Jean Dujardin). Arquiteto de
sucesso, convenceu a moça a ir encontrá-lo durante um café, já
que ela recusou o almoço e o jantar com um estranho.
Jean
Dujardin ficou mundialmente conhecido por seu papel no filme “O
Artista”.
Por sua atuação e pela ousadia do longa silencioso, em preto e
branco, em pleno século 21, o longa ganhou cinco Oscars.
Os
cartazes de divulgação, o trailer e até mesmo o longa no qual fora
inspirado entregam que o amor que vai surgir entre os dois não é
comum. A moça vai ter de quebrar a barreira do preconceito para se
entregar a um anão me mede menos de um metro e meio de altura. A
questão do espectador, porém, é: Dujardin, o charmoso protagonista
de “O Artista” não pode estar fazendo este papel, afinal, ele é
alto.
Além
de efeitos especiais pós-produção, foram utilizados recursos no
set de filmagem, de forma mais artesanal. “Foram usados truques
simples, como colocar Jean de joelhos e filmá-lo apenas dos ombros
para cima ou forçar perspectivas colocando-o mais distante, de forma
que ele parecesse menor”, explica o diretor no material de
divulgação para a imprensa.
O
romance dos dois tira proveito do bom humor, de um casal que ri de si
mesmo, embora demore para chegar a esse ponto. De qualquer maneira, o
espectador vai se divertir com os apelidos clichês que o rapaz vai
receber e, embora possa parecer preconceituoso, é bastante
espirituoso e carismático.
“Um
Homem à Altura” prova
que o amor pode ser algo maior que o espelho pode dizer e que,
pequeno mesmo, é o coração de quem não enxerga isso, tal como uma
personagem nos abre os olhos.
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