Antonio Carlos Egypto
ATÉ
QUE A MÚSICA PARE, filme
brasileiro de 2023, é uma produção gaúcha, falada parcialmente em tailan, uma
língua que mistura o português e o italiano dos imigrantes do norte da Itália
que vieram para a Serra Gaúcha no século XIX.
Direção e roteiro de Cristiane Oliveira.
No elenco, Hugo Lorensatti e Cibele Tedesco, como protagonistas, com
Nicolas Vaparidis e Elisa Volpatto. Um
casal que vive junto há cinquenta anos enfrenta uma perda familiar que muda sua
rotina e acaba por revelar questões inesperadas que envolvem ética e segredos
entre eles. O filme mergulha no mundo
psíquico das personagens, de forma sutil e em ritmo lento. Uma tartaruga e cartas de baralho serão
elementos simbólicos bem explorados pela narrativa. 97 min.
Um filme brasileiro de 2023, singelo e
curto (71 min.), dirigido e roteirizado por André Novaes de Oliveira, mostra
vigor ao contar uma história de envolvimento amoroso, cercada por situações
rotineiras e banais da vida de pessoas comuns.
Como a dificuldade de acordar cedo e enfrentar uma hora e meia de
condução até o trabalho, os inevitáveis atrasos e demissão do funcionário da biblioteca
da escola. Uma carona, porém, vai abrir
caminho para esse encontro amoroso, num clima afetivo, algo envergonhado, sem
glamour ou pouco romântico, mas que dá certo.
Os protagonistas Grace Passô e Renato Novaes, com sua química na
atuação, garantem o bom tom da realização.
O título do filme mereceria um reparo: O DIA QUE TE CONHECI. Que
tal No dia em que te conheci. Não seria
melhor?
E é bom não esquecer que tem filme novo
de Woody Allen na praça, a produção francesa de 2023, escrita e dirigida por
ele: GOLPE DE SORTE EM PARIS (Coup de Chance). Ele conta a história de Fanny (Lou de Laâge),
casada com o milionário Jean (Melvil Poupard), que reencontra casualmente nas
ruas de Paris, Alain (Niels Schneider), antigo colega de colégio que sempre a
desejou. Daí vamos para um triângulo
amoroso, que desembarcará numa questão policial. E o acaso, mais uma vez, terá papel
fundamental na história, assim como no brilhante “Match Point”, de 2005. Na filmografia de Woody Allen nunca falta
inteligência crítica, humor, sutileza.
Aqui, por exemplo, ele trata de assassinato, ocultação de cadáver e
outras maldades sem uma cena sequer de violência. E convincentemente. Mantendo o interesse pela trama o tempo todo,
nos envolvendo no clima do amor, do ciúme, do desejo e da cidade-luz,
claro. Com uma bela fotografia e uma
trilha musical jazzística absolutamente sensacional. Cinema em alto estilo, comandado por esse
grande cineasta aos 88 anos. 96 min.
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