Antonio Carlos Egypto
PACTO
DE REDENÇÃO (Knox Goes Away). Estados Unidos, 2024. Direção: Michael Keaton. Elenco: Michael Keaton, James Marsden, Al
Pacino, Ray McKinnon, Marcia Gay Herden.
114 min.
“Pacto
de Redenção” é o título em português, pouco apropriado, para um filme do gênero
policial, dirigido e protagonizado por Michael Keaton, que cumpre bem o seu
papel como entretenimento.
Tem
suspense, cenas de ação, reviravoltas, em torno de um personagem terrível, um
assassino profissional, que está, porém, em seu momento de vida mais frágil.
Logo
na primeira sequência do filme ficamos sabendo do diagnóstico médico de que ele
está com uma demência rara, que compromete sua memória e tem uma evolução
avassaladora, que só lhe permitirá viver algumas semanas.
As
circunstâncias de vida desse personagem são fundamentais para o desenvolvimento
da história. Ele precisaria mesmo ser alguém sem escrúpulos e que já perdeu
tudo o que podia. No entanto, é um mau
começo: um velho recurso que já não se sustenta. Essa medicina preditiva, peremptória,
infalível, não faz mais sentido.
Dito
isto, vamos acompanhar a atuação de Knox (Michael Keaton), agora incerta, insegura,
comprometida pelo esquecimento e por abalos na sua conduta criminosa. Impactos visuais e superposições de imagens
evidenciam isso. Há uma história de um
filho que se afastou dele há anos, mas vai voltar pedindo ajuda, por desespero.
Assassinatos
planejados ou por acidente vão aparecer na trama. O mais interessante é como se identificam, a
partir dos elementos de cena, o crime e o ou os culpados. Assim como na investigação policial as
evidências solucionam a questão, do mesmo modo é possível, alterando-as, criar
uma nova narrativa. Por meio dela, pode-se
inocentar um culpado e gerar um falso culpado para responder pelo crime.
As
possibilidades de manipulação dessas culpas, dessa “verdade” criminal, estão em
sintonia com o mundo de nossos dias, que já é chamado por muitos de era da
pós-verdade. O importante não é ser
verdadeiro, é ser crível, convencer os outros, a maioria, ou as autoridades, de
que algo é assim, se deu assim ou deve ser entendido assim. Os próprios fatos são arranjados para que tal
narrativa prevaleça.
“Pacto
de Redenção” conta com bom elenco e um atrativo a mais, um papel desempenhado
por Al Pacino. Segundo consta, é a
primeira vez que Pacino e Keaton atuam juntos.
Para quem curte o gênero policial/suspense, é um bom programa.
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