Tatiana Babadobulos
Frankenweenie, Estados Unidos, 2012. Direção: Tim Burton. Roteiro: Leonard Ripps baseado na história de Tim Burton. Com vozes de Winona Ryder, Catherine O'Hara e Martin Short na versão original. 87 minutos
Tim Burton não é um cineasta comum. Nunca foi. Quando resolveu fazer longa-metragem de animação, produziu e escreveu “O Estranho Mundo de Jack” (1993) e dirigiu “A Noiva Cadáver” (2005), um filme no qual a morte é colorida e a vida, preto e branco. A alegoria do casamento é representada pela ausência da cor, um mundo triste.
Agora, ele volta a se enveredar pela animação, também em preto e branco, o que não quer dizer que não há vida nem alegria. “Frankenweenie”, filme escolhido para ser apresentado na cerimônia de encerramento da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, dia 1º de novembro, estreia em versão tridimensional nos cinemas no dia 2.
A fita é uma animação stop-motion preto e branco em 3D. A técnica lembra a massinha, já que é fotografado quadro a quadro (24 quadros por segundo).
A história conta sobre a vida de um menino, Victor (com voz de Charlie Tahan, de “Eu Sou a Lenda”, na versão original), um geninho da ciência, que tem uma verdadeira adoração por seu cachorro, Sparky. A questão é que, depois de ser atropelado, o cachorro morre, mas o garoto, conhecendo técnicas científicas que aprende na escola do bairro, consegue trazê-lo de volta à vida.
A técnica que ele utiliza tem um quê de Frankstein, daí o nome do filme (e de seu sobrenome). Não é à toa, também, já que o filme todo remete aos clássicos filmes de terror e que têm influência na construção do diretor como um dos cineastas mais festejados do mundo. Mas também lembra um pouco a animação da Disney, “Bolt – Supercão”, quando conta a história do garoto e seu inseparável cachorrinho.
Embora a ideia original do filme seja de Tim Burton (ele fez um curta com este nome em 1984), o roteiro é de John August, o mesmo de “A Noiva Cadáver” e “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, por exemplo, dois filmes do diretor.
É fato que o longa-metragem que estreia neste final de semana já poderia ter sido feito anteriormente, já que traz o mesmo nome que Burton batizou o curta nos anos 1980. No entanto, naquela época, ele queria fazer um longa de animação stop-motion, mas não tinha dinheiro para tanto. Foi aí que o transformou em um curta live-action para a Disney. Agora, muitos desenhos são originais e outros foram feitos para novos personagens do filme.
Além de Victor, o filme traz outros personagens interessantes, como os seus pais, senhor e senhora Frankenstein. Ele, um agente de viagens que quer que o filho seja mais sociável e por isso o incentiva a praticar esportes; ela, uma mãe amorosa, estimula os interesses científicos do filho. Mas é Edgar “E” Gore quem tem a função primordial no desenrolar do filme, já que ele é o garoto deslocado da escola, que não tem amigos, mas quer ser parceiro de Victor na feira de ciências. Para isso, ele descobre o seu segredo e o chantageia para ser aceito.
Animação
Não é por acaso que Tim Burton produz e dirige longas de animação. Assim como John Lasseter, diretor de “Toy Story”, filme que mudou a animação no mundo, Burton cursou o CalArts e depois entrou para a Disney como animador. Além de “A Noiva Cadáver”, Tim Burton fez a animação “O Estranho Mundo de Jack” (1993).
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