Tatiana Babadobulos
À Prova de Morte (Death Proof). Estados Unidos, 2007. Direção e roteiro: Quentin Tarantino. Com Kurt Russell, Zoe Bell, Rosario Dawson, Vanessa Ferlito, Rose McGowan. 114 min.
Apresentado aos cinéfilos de plantão que se acotovelaram para conseguir um ingresso durante a 30ª Mostra Internacional de São Paulo, realizada em 2007, o filme “À Prova de Morte” (“Death Proof”), de Quentin Tarantino, finalmente vai estrear nos cinemas brasileiros. Após tanto tempo, o filme até virou motivo de chacota, quando a referência era um filme que demorava (literalmente) anos para entrar em cartaz.
A princípio, sua estreia fora prometida para março de 2008, mas começou a ser postergado até o fim de 2009, quando o diretor havia anunciado a sua vinda ao Brasil para o lançamento do grande sucesso "Bastardos Inglórios" se sentir cansado, Tarantino não veio e seu filme foi, novamente, para a gaveta. Após a mudança de distribuidor, uma vez que o filme pertencia à Europa Filmes, a PlayArte vai colocá-lo no circuito a partir desta sexta-feira, 16 de julho.
Nos Estados Unidos, onde o filme foi produzido, por exemplo, foi exibido nos cinemas ao lado da obra de Robert Rodriguez, “Planeta Terror” (filme que estreou no Brasil ainda em 2007, após a Mostra). Os dois, juntos, formaram o projeto “Grindhouse”.
Mas vamos ao que interessa. Na fita, Stuntman Mike (Kurt Russell) é um ex-dublê de corridas de carros em Hollywood que persegue mulheres com seu carro “à prova de morte”. Mas é no Texas que ele começa a seguir um grupo de mulheres conhecidas: a DJ e modelo Jungle Julia (Sydney Tamiia Poitier), que está saindo com suas amigas para a balada, a modelo Arlene (Vanessa Ferlito), a bad-girl Shanna (Jordan Ladd) e a hippie Pam (Rose McGowan). Depois do Texas, ele segue para o Tennessee, onde escolhe outro grupo de mulheres, todas que atuam no cinema: a maquiadora e figurante Abernathy (Rosario Dawson), a atriz (Mary Elizabeth Winstead), a dublê Kim (Tracie Thoms) e a também dublê Zoe (Zöe Bell), que vive na Nova Zelândia.
Mais uma vez, Tarantino, que é autor do roteiro, brinca com a câmera, abusa dos planos-sequências que o consagraram como diretor, principalmente após "Pulp Fiction – Tempo de Violência" (1994). A violência também é outro fator marcante na fita, tal como em "Kill Bill", volumes um e dois, produzidos respectivamente em 2003 e 2004, e novamente em “Bastardos Inglórios”.
Destaque para a atuação de Kurt Russell, que usa, na mesma proporção, seu charme para convencimento e seu sarcasmo para conquistar, seduzir e provocar medo entre as mulheres escolhidas.
Uma das cenas mais marcantes da fita e que valem destaque é a sequência na qual uma das mulheres é ameaçada de morte enquanto está no capô do carro. Ainda que a história seja bastante violenta, só esta sequência já vale o ingresso do cinema, principalmente para os fãs do diretor. Imperdível!
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