domingo, 21 de julho de 2019

ALADDIN

Antonio Carlos Egypto






ALADDIN (Aladdin).  Estados Unidos, 2019.  Direção: Guy Ritchie.  Com Will Smith, Mena Massoud, Naomi Scott, Marwan Kenzari.  128 min.


A história árabe de Aladdin e de sua lâmpada maravilhosa remonta a muitos séculos. Difícil identificar sua origem no tempo.  Ela foi incorporada aos contos das Mil e Uma Noites e encantou o Ocidente.  Tanto que são incontáveis os produtos e as diferentes adaptações da trama de Aladdin. 

Em 1992, em forma de desenho animado da Disney, Aladdin fez um sucesso estrondoso.  O que justifica sua refacção agora, na forma live action, ou seja, a repetição da animação, agora com atores, e tantos efeitos especiais quanto possível, para tornar humano o desenho.  Um gênio tem de sair da lâmpada, tapetes têm de voar, as peripécias, saltos e quedas do personagem principal não são nada realistas, e assim por diante.  No entanto, os recursos que o cinema tem hoje permitem criar com pessoas o que só o desenho poderia fazer no passado.

É preciso lembrar, porém, que a fantasia nasceu junto com o próprio cinema.  Georges Méliès (1861-1938) já fazia todo o tipo de truque, como jogar cabeças de um corpo a outro, por exemplo, antes mesmo de o século XX chegar.  A viagem à lua completa agora 50 anos, mas Méliès já tinha feito sua viagem à lua no cinema em 1902.  Um dos filmes mais emblemáticos da sétima arte.




Em “Aladdin”, a fantasia chega a níveis alucinantes, combinada com a ação e o ritmo vertiginoso que o filme tem, a garotada não tem do que reclamar.  Especialmente a criançada.  Constatei isso indo a uma sessão diurna cheia de crianças, algumas bem pequenas, e imaginei que a zoeira durante a projeção seria inevitável.  Para minha surpresa, não foi.  Interesse e silêncio foi o que mais se pôde perceber naquela ocasião.  “Aladdin” prendeu a atenção da turma de uma forma incrível.

Mérito da concepção original da animação e do diretor inglês, Guy Richtie, responsável pela refacção atual.  O cineasta já fez filmes como “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes’ (1998), “Sherlock Holmes: o Jogo de Sombras” (2011) e “Rei Arthur: a Lenda da Espada” (2017).  É bom de taco para o entretenimento e personagens mitológicos.

Claro que podemos questionar essa história de o Oriente ser pura fantasia, extravagante, exótica ou, então, de virar terra de fanáticos terroristas islâmicos.  Além disso, há muitas e diferentes visões de mundo e comportamentos no chamado Oriente, que tem grande diversidade e não cabe em generalizações que pretendam anular essas diferenças.  Clichês, seja de que tipo forem, não servem para se entender as pessoas, os povos, as culturas.  “Aladdin” não escapa aos estereótipos de costume, mas que é bom entretenimento, é.

Will Smith faz um gênio exuberante e divertido e o casal formado por Aladdin e a princesa (Mena Massoud e Naomi Scott) consegue conquistar a simpatia do público.





Um comentário: