ALADDIN (Aladdin). Estados Unidos, 2019. Direção: Guy Ritchie. Com
Will Smith, Mena Massoud, Naomi Scott, Marwan Kenzari. 128 min.
A história árabe de Aladdin e de sua lâmpada
maravilhosa remonta a muitos séculos. Difícil identificar sua origem no tempo. Ela foi incorporada aos contos das Mil e Uma
Noites e encantou o Ocidente. Tanto que
são incontáveis os produtos e as diferentes adaptações da trama de Aladdin.
Em 1992, em forma de desenho animado da
Disney, Aladdin fez um sucesso estrondoso.
O que justifica sua refacção agora, na forma live action, ou seja, a repetição da animação, agora com atores, e
tantos efeitos especiais quanto possível, para tornar humano o desenho. Um gênio tem de sair da lâmpada, tapetes têm
de voar, as peripécias, saltos e quedas do personagem principal não são nada
realistas, e assim por diante. No
entanto, os recursos que o cinema tem hoje permitem criar com pessoas o que só
o desenho poderia fazer no passado.
É preciso lembrar, porém, que a fantasia
nasceu junto com o próprio cinema.
Georges Méliès (1861-1938) já fazia todo o tipo de truque, como jogar
cabeças de um corpo a outro, por exemplo, antes mesmo de o século XX
chegar. A viagem à lua completa agora 50
anos, mas Méliès já tinha feito sua viagem à lua no cinema em 1902. Um dos filmes mais emblemáticos da sétima
arte.
Em “Aladdin”, a fantasia chega a níveis
alucinantes, combinada com a ação e o ritmo vertiginoso que o filme tem, a
garotada não tem do que reclamar.
Especialmente a criançada.
Constatei isso indo a uma sessão diurna cheia de crianças, algumas bem
pequenas, e imaginei que a zoeira durante a projeção seria inevitável. Para minha surpresa, não foi. Interesse e silêncio foi o que mais se pôde
perceber naquela ocasião. “Aladdin”
prendeu a atenção da turma de uma forma incrível.
Mérito da concepção original da animação e do
diretor inglês, Guy Richtie, responsável pela refacção atual. O cineasta já fez filmes como “Jogos,
Trapaças e Dois Canos Fumegantes’ (1998), “Sherlock Holmes: o Jogo de Sombras”
(2011) e “Rei Arthur: a Lenda da Espada” (2017). É bom de taco para o entretenimento e
personagens mitológicos.
Claro que podemos questionar essa história de
o Oriente ser pura fantasia, extravagante, exótica ou, então, de virar terra de
fanáticos terroristas islâmicos. Além
disso, há muitas e diferentes visões de mundo e comportamentos no chamado
Oriente, que tem grande diversidade e não cabe em generalizações que pretendam
anular essas diferenças. Clichês, seja
de que tipo forem, não servem para se entender as pessoas, os povos, as
culturas. “Aladdin” não escapa aos
estereótipos de costume, mas que é bom entretenimento, é.
Will Smith faz um gênio exuberante e divertido
e o casal formado por Aladdin e a princesa (Mena Massoud e Naomi Scott)
consegue conquistar a simpatia do público.
Obrigado, Egys, pelo relato e informações :-)!
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