Antonio
Carlos Egypto
Todo
começo de ano é hábito da crítica, e dos meios de comunicação relacionados ao
cinema, apontar os dez melhores filmes exibidos no circuito comercial no ano
anterior. Desconsideram-se os filmes
exibidos apenas em mostras e festivais, já que eles foram apresentados em
poucas sessões para um público reduzido.
É evidente que isso deixa pérolas de fora, às vezes filmes especiais que
nunca chegarão ao circuito ou demorarão alguns anos para serem lançados. Por isso, também, alguns desses títulos podem
aparecer nas listas porque exibidos comercialmente só em 2013, apesar de terem
sido feitos em 2009, 2010 ou 2011. Já
filmes mais antigos, que podem ser relançados em cópias restauradas, não são
considerados. Seria difícil entender a
inclusão de, por exemplo, LARANJA MECÂNICA, de Kubrick, entre os melhores de
2013. Caberia, isto sim, numa lista de
melhores de todos os tempos.
O
ano de 2013 nos cinemas foi pródigo em quantidade. Foram quase 400 filmes lançados em todo o Brasil. Evidentemente, muita coisa não tinha a menor
significação cultural e nem sequer funcionava como entretenimento confiável ou
aceitável. Mas, em meio a muita bobagem
e repetições sem fim, é fácil lembrar de pelo menos uns 30 filmes de fato
relevantes. Talvez mais do que
isso. Tanto assim que é difícil elaborar
uma lista dos 10 melhores, em cada categoria.
Houve bons filmes a serem apreciados, sim. Alguns foram muito mal lançados, ficaram
pouco tempo em cartaz ou não receberam a injeção de marketing que Hollywood faz
com tanta competência. De todo modo,
quem selecionou bem não tem do que se queixar.
Havia coisa boa para todos os gostos.
Aí
vão minhas listas dos melhores longas-metragens de 2013, brasileiros e
internacionais, atendendo aos pedidos da Confraria Lumière, do site Pipoca
Moderna e da Abraccine (Associação Brasileira dos Críticos de Cinema), que
premia o melhor nacional e o melhor internacional do ano. Todos os filmes que constam das listas têm
críticas publicadas aqui no Cinema com Recheio, ao longo de todo o ano.
ERA UMA VEZ EM ANATÓLIA |
INTERNACIONAIS
1. ERA
UMA VEZ EM ANATÓLIA, de Nuri Bilge Ceylan, da Turquia.
2. A
GRANDE BELEZA, de Paolo Torrentino, da Itália.
3. AMOR,
de Michael Haneke, da Áustria.
4. ALÉM
DAS MONTANHAS, de Christian Mungiu, da Romênia.
5. O
ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA, de Manoel de Oliveira, de Portugal.
6. PAIS
E FILHOS, de Hirokazu Kore-Eda, do Japão.
7. UM
TOQUE DE PECADO, de Jia Zhang-Ke, da China.
8. TABU,
de Miguel Gomes, de Portugal.
9. A
CAÇA, de Thomas Vinterberg, da Dinamarca.
10. A
CAVERNA DOS SONHOS ESQUECIDOS, de Werner Herzog, da Alemanha.
Destaques:
CÉSAR DEVE MORRER, de Paolo e
Vittorio Taviani, da Itália.
BRANCA DE NEVE, de Pablo Berger,
da Espanha.
VOCÊS AINDA NÃO VIRAM NADA, de
Alain Resnais, da França.
O SOM AO REDOR |
NACIONAIS
1. O
SOM AO REDOR, de Kleber Mendonça Filho.
2. O
QUE SE MOVE, de Caetano Gotardo.
3. O
DIA QUE DUROU 21 ANOS, de Camilo Tavares.
4. TATUAGEM,
de Hilton Lacerda.
5. NA
QUADRADA DAS ÁGUAS PERDIDAS, de Wagner Miranda e Marcos Carvalho.
6. FLORES
RARAS, de Bruno Barreto.
7. FAROESTE
CABOCLO, de René Sampaio.
8. SUPERNADA,
de Rubens Rewald e Rossana Foglia.
9. ABISMO
PRATEADO, de Karim Aïnouz.
10. DOSSIÊ
JANGO, de Paulo Henrique Fontenelle.
Destaque: REPARE BEM, de Maria de Medeiros, coprodução
Portugal/Brasil.
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