quarta-feira, 11 de setembro de 2013

RUSH

                          

Antonio Carlos Egypto



RUSH -- NO LIMITE DA EMOÇÃO (Rush).  Estados Unidos, 2013.  Direção: Ron Howard.  Com Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Olivia Wilde, Alexandra Maria Lara. 122 min. 



Quem curte automobilismo e a Fórmula 1, provavelmente vai gostar de “Rush – No Limite da Emoção”.  O filme de Ron Howard mostra o ambiente competitivo e glamouroso das corridas, o clima que se cria, o apelo que a velocidade tem, os carros, os pilotos e suas equipes, as garotas que os cercam.  Exibe cenas emocionantes das corridas, ultrapassagens, choques e acidentes terríveis que acontecem.  Mais do que isso: explicita que, nessa profissão, nesse trabalho, o risco de morte está sempre presente.  Segundo Niki Lauda, absolutamente normal, na faixa de 20%.  Ou seja, a cada competição, há 20% de chances reais de não se sair vivo dela. 

A aventura de estar, pela velocidade e pelo sucesso, entre a vida e a morte, constantemente, faz parte do esporte.  Na verdade, acaba sendo o seu charme maior.  Grandes batidas, carros incendiados, acidentes fatais, geram muito interesse e audiência.



“Rush” focaliza o mundo da Fórmula 1 nos anos 1970, com especial destaque para o campeonato mundial de 1976 e pelo confronto entre os dois pilotos que marcaram aquele período e aquela competição: o austríaco Niki Lauda e o inglês James Hunt.  Rivais declarados, um alimentou o impulso do outro pela vitória, que ambos obtiveram.  Lauda, de forma mais duradoura, por ser sistemático, determinado e disciplinado em seu talento para a coisa, o que incluía um conhecimento surpreendente quanto ao ajuste dos carros.  James Hunt explorava a imagem do playboy, bon vivant, corajoso, arrojado, destemido e maluco por velocidade.

Duas personalidades bem diferentes, que se complementavam.  O filme explora isso, tanto no trabalho, como na vida particular de ambos.  Mas é o ronco dos motores e o suspense da disputa o que prende o espectador.  E, naturalmente, o drama pessoal vivido por Lauda, no acidente que quase lhe custou a vida e do qual saiu com grande determinação, mas não sem sequelas marcantes.  Hunt viveu mais intensamente todas as emoções desse mundo, sempre de olho no prazer que também havia fora dele.  Teve vida curta.



Os dois personagens são extremamente interessantes pelo que os move.  Chris Hemsworth faz James Hunt, explorando bem o carisma da figura e seu tipo conquistador.  Daniel Brühl mergulha de modo mais intenso na complexidade da figura de Niki Lauda.   Olivia Wilde e Alexandra Maria Lara representam as mulheres desses pilotos, de cuja constância, maior ou menor, no relacionamento, a vida e o temperamento de cada um deles serão determinantes.

Os fatos reais, nos quais se baseia o filme, compõem mesmo uma história emocionante.  A película só faz acentuá-la, dando ênfase ao clima de suspense, além de valorizar ao máximo a ação inerente às cenas da corrida automobilística.  O campeonato de 1976 foi pródigo em conflitos e ação, sem falar do suspense que uma disputa acirrada até o fim foi capaz de produzir.  A escolha desse foco ajudou a dar muito dinamismo ao filme. 



O diretor Ron Howard (de “Uma Mente Brilhante” e “O Código da Vinci”) realizou em “Rush” um entretenimento de muito boa qualidade.  Há merchandising e propaganda para todo lado, mas a gente acaba relevando, porque o mundo da Fórmula 1 também é assim.  Muito dinheiro e muito patrocínio sempre foram essenciais, nesse esporte em que escuderias, como a Ferrari e a McLaren, disputavam com Niki Lauda, James Hunt e tantos outros, vitórias que valem ouro.


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