terça-feira, 17 de julho de 2012

13 ASSASSINOS

 Antonio Carlos Egypto



13 ASSASSINOS (Jûsan-nin no shikatu).  Japão, 2010.  Direção: Takashi Miike.  Com Gorô Inagaki, Kôji Yakusho.  126 min.

Takashi Miike é um cineasta japonês, nascido em Osaka, em 1960, muito atuante e extremamente produtivo em seu país.  Basta dizer que, entre 1991 e 2011, ele realizou mais de 80 filmes como diretor, 18 como ator, entre outras funções no cinema.

É espantoso que nunca nenhum filme dele tenha sido lançado no circuito comercial, no Brasil.  Quem conhece alguns de seus filmes é porque acompanhou uma mostra especial de seus trabalhos ou frequentou um festival internacional.  Até que agora, finalmente, entra em cartaz nos cinemas “13 Assassinos”, um filme dele, de 2010.  


Eu, que nunca tinha visto nada dele, percebi de imediato que se tratava de um cineasta experiente, que sabe o que quer e o que fazer das imagens.  O filme tem belos planos gerais, planos de detalhe muito expressivos, uma câmera ágil, cenas de batalhas impressionantes, cenas de ação muito intensas.  Tudo no seu cinema flui, demonstrando amplo domínio de sua arte.

É fato que ele abusa de sangue e violência.  Em “13 Assassinos”, cria situações exageradas e inverossímeis.  Parece se divertir um pouco à custa do espectador.  Mas ninguém poderá dizer que não viu um belo espetáculo.  E que por trás de toda aquela violência não houvesse um sentido crítico.

A história é simples, e não importa muito, já que o trunfo de Takashi Miike é o seu poder de nos impressionar com suas imagens.  Mas, vamos a ela.  O lorde Naritsugu (Gorô Inagaki) estupra e mata, achando que pode tudo, por ser irmão do Xogum.  Não esperava, porém, por uma missão de vingança organizada com a específica função de matá-lo.  Tal missão, de caráter suicida, será levada a cabo pelos tais 13 assassinos, que, em brutal desvantagem, enfrentarão mais de 200 contendores e precisarão de muita inteligência e astúcia para não ser simplesmente massacrados e ainda levar a termo seu objetivo.  Caberá a um samurai experiente, Shimada (Kôji Yakusho), essa inglória tarefa.


Temos aí um filme de samurai, um épico coberto de sangue e horror, mas um espetáculo competente de cinema.  Muitos, é claro, passarão longe de se interessar por batalhas sangrentas, haraquiri, cabeças cortadas em nome do próprio respeito e da honra. Quem tiver mais sangue frio para observar as cenas com atenção, certamente se interessará pelo trabalho de Takashi Miike e desejará ver outros filmes dele.  É um cineasta que conhece seu ofício, produziu muito, e certamente por aí deve ter apurado sua técnica.  É pena que o público brasileiro o desconheça totalmente.  Quem sabe, a partir de “13 Assassinos”, essa história comece a mudar.
 

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