quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Corvo




Tatiana Babadobulos


O Corvo (The Raven). Estados Unidos, Hungria, Espanha, 2012. Direção:James McTeigue. Roteiro: Ben Livingston e Hannah Shakespeare. Com: John Cusack, Alice e Luke Evans. 110 minutos

Quando a ficção se torna realidade, as atitudes saem do controle. Nem a própria pessoa que imaginou a história pode prever o próximo capítulo das ações de um serial killer. Assim acontece em “O Corvo” (“The Raven”), longa-metragem se que passa no século 19.

A fita se baseia nos últimos cinco dias de vida do poeta Edgar Allan Poe, ainda que não seja uma história real. O nome do filme, aliás, refere-se ao poema mais famoso do autor.

Embora a causa de sua morte seja desconhecida, a questão é que, juntando as peças, o mistério vai sendo desvendado e vários contos são citados.



Depois de viver dias sem dinheiro e sem sucesso, o poeta, interpretado por John Cusack (“Alta Fidelidade”), é requisitado pelo detetive Fields (Luke Evans, de “Fúria de Titãs”), depois que a bela jovem Emily (Alice Eve, de “Sex and the City 2”) é sequestrada por um bandido mascarado durante uma festa à fantasia que seu pai realiza em casa. Então, começa a correria da investigação e a tentativa de desvendar o mistério.

A cada pista que encontram, mais os aproximam dos contos. Sua presença para a resolução do caso, portanto, se torna indispensável, já que o crime aconteceu tal como em uma de suas histórias. Seus contos viraram inspiração para o assassino, que se considera “a melhor criação do escritor”, porque se inspira nas suas histórias para cometê-los.

Dirigido por James McTeigue (“V de Vingança”) e roteirizado pelo estreante Ben Livingston e por Hannah Shakespeare, em praticamente seu primeiro roteiro para o cinema, o longa é um suspense, mas que peca em alguns momentos quando o obje­tivo é deixar o espectador curioso com o que vai acontecer. Isso porque muitas sequências são previsíveis e a plateia não chega a ficar totalmente presa à trama, tal como deveria ser o objetivo de um suspense.



A contar pela interpretação de John Cusack, não deveria haver dúvida para ir ao cinema. Ao roteiro, falta inspiração, manobras claras para as soluções e uma direção acertada para que as personagens não “percam a mão”. As posições das câmeras também deixam a desejar quando o assunto é ação. Não se tem uma visão clara da cena, deixando espaço para dúvidas.

Destaque para a inspiração no filme “Sherlock Holmes”, com Robert Downey Jr. como o espião. A diferença é que lá o humor tem espaço, diferentemente da fita dirigida por McTeigue.

“O Corvo” não é um filme imperdível, mas pode ser uma diversão para se ver, por exemplo, quando começa a inspiração para um conto e até que ponto aquelas linhas podem influenciar no comportamento dos leitores. Fato que pode ser facilmente transportado para as notícias nos jornais e nos programas de televisão. À cada um cabe uma parcela da responsabilidade.

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