terça-feira, 5 de março de 2024

ANIMAÇÕES NO OSCAR 2024

 

 Antonio Carlos Egypto

 



Animação indicada ao Oscar 2024 e considerada favorita na disputa é O MENINO E A GARÇA (The Boy and the Heron), desenho japonês de Hayao Miyazaki, que é um mestre do gênero e está com 83 anos.  Já levou um Oscar por “A Viagem de Chihiro”, em 2003. Foram 7 anos para conceber e concluir “O Menino e a Garça”, a aventura de Mahito, de 12 anos de idade, em uma nova cidade, após a morte da mãe.  Será que ela morreu mesmo?  O processo de elaboração dessa morte, da aceitação de um novo ciclo de vida com Natsuko, a madrasta, igual a sua mãe (irmã dela?), com quem ele reluta em conviver.  O filme explora a questão do luto, da morte, da velhice, do passar do bastão de seu tio-bisavô e, claro, das muitas lutas que é preciso encarar pela vida.  A animação é muito bonita, cativante.  Seu ponto fraco, para mim, é o excesso de ação, o excesso de lutas.  Mahito não tem de lidar só com a garça, que inferniza sua vida, mas pode ser parceira em algumas situações.  Há um monte de aves hostis, e em bando, que ele tem de encarar.  Isso cansa quem não é grande aficionado das tais batalhas hollywoodianas que enchem os filmes de ação, em que a gente já nem sabe quem luta com quem e por quê.  Aqui, nem tanto, mas o suficiente para cansar.  O filme é complexo, leva em conta desejos, sonhos, expectativas, esperanças e, evidentemente, fantasias.  Por gerar tantas batalhas e variações para alcançar a maturidade e a compreensão, o desenho é longo, passa de duas horas.  Convenceria mais se fosse mais editado.  Mas é um belo trabalho, inegavelmente.  124 min.

 



MEU AMIGO ROBÔ (Robot Dreams), produção da Espanha/França, do diretor espanhol Pablo Berger, também indicado ao Oscar de Animação 2024, é um desenho mais simples, mais tradicional.  Bonito e criativo, também.  É uma ode à amizade, já que Dog compra e monta um robô para poder ter um amigo com quem conviver.  E se dá muito bem, até que seu amigo robô, empolgado pela praia e pelo mar, acaba paralisado pela ferrugem.  Aí o desenho envereda pela fantasia dos sonhos, do que aconteceu, do que poderia ter acontecido ou do que cada um dos dois personagens principais gostaria que acontecesse.  Nesse sentido, o filme é inovador, vai de uma sequência a outra, variando o registro, emociona e diverte.  102 min.

 

 

 

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