quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

RODA DO DESTINO

 Antonio Carlos Egypto





Do Japão veio um dos melhores filmes da Mostra 45, RODA DO DESTINO (A Guzen to Sozo), de Ryusuke Hamaguchi (de “Asako I e II”), agora entrando no circuito exibidor.  Composto por três histórias distintas, que envolvem a vida de mulheres em encontros em que a complexidade das relações humanas e amorosas é evidenciada.  Tudo acontece, aparentemente, por acaso.  Ou por obra do destino.  E se dá de uma forma poética, por meio da palavra.  É um filme de erotismo verbal.  O sexo valorizado pela linguagem literária, ou por expressivo relato de encontro amoroso.  Ou, ainda, pela memória do passado, que vem novamente à tona.  Numa das narrativas, predomina o triângulo amoroso que irrompe de modo inesperado, cheio de sensualidade.  Em outra, uma aluna tenta seduzir seu mestre, lendo em voz alta um trecho erótico do romance que ele escreveu.  E isso se dá de porta aberta.  Na última história, o encontro casual de duas mulheres acontece ao se reconhecerem cruzando uma escada rolante.  Uma longa e profunda conversa vai se dar quando uma vai à casa da outra e descobertas fundamentais virão daí.  Simplesmente encantador em sua aparente simplicidade.  E extremamente cativante e eficiente nas três diferentes situações, uma melhor do que a outra.  No elenco, Kotone Furukawa, Kiyoshiko Shibukawa, Katsuri Mori, Fusako Urabe.  121 min.
 
 

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