quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

HONEYLAND

 Antonio Carlos Egypto




HONEYLAND.  Macedônia do Norte, 2019.  Direção e roteiro: Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska.  Documentário.  85 min.

 

Um documentário de grande beleza plástica, esse “Honeyland”.  Começa por panorâmicas e filmagens do alto de uma região isolada da Macedônia do Norte, onde vive Hadtidze, uma mulher de cerca de 50 anos, que cuida de uma colônia de abelhas e da mãe já idosa e doente.  Uma mulher forte e firme, que sabe o que faz e como se relacionar com a natureza e com os animais, especialmente as abelhas.

 

 Para preservar a produção e a natureza, ela divide sua coleta de mel meio a meio com as abelhas, 50% para cada lado.  A simples exposição dessa vida, desse povoado, dessa beleza natural, com uma fotografia primorosa, já valeria o filme.  E como.  Mas os três anos que foram consumidos em sua produção permitiram testemunhar a chegada de uma família de vizinhos, com muitos filhos, 150 cabeças de gado e muito ruído.  Além de uma disposição de produzir mais, que acabará pondo em risco o equilíbrio do lugar e da vida de Hadtidze.  Cada qual tentando viver à sua maneira, porém, descobrindo os limites possíveis.

 



 Conta-se essa história, claro, incluindo encenações, mas revelando algo muito palpável de uma vida real.  Não parece documentário, mas é.  E espetacular.  “Honeyland” concorreu ao Oscar de filme internacional, depois de haver vencido o Grande Prêmio do Júri em documentários, em Sundance.  É o primeiro filme da Macedônia do Norte que estamos vendo, já que, com esse nome, o país só passou a existir em 2019.  Consequência do litígio perdido frente à Grécia, que reivindicou o nome Macedônia para a região que pertence àquele país.

 

O filme, exibido na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, foi muito apreciado e comentado entre os críticos e entre os cinéfilos. Chega agora aos cinemas. Em São Paulo em exibição no Cinesesc.




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