Antonio Carlos Egypto
HONEYLAND.
Macedônia do Norte, 2019. Direção
e roteiro: Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska.
Documentário. 85 min.
Um documentário de grande beleza plástica,
esse “Honeyland”. Começa por panorâmicas
e filmagens do alto de uma região isolada da Macedônia do Norte, onde vive
Hadtidze, uma mulher de cerca de 50 anos, que cuida de uma colônia de abelhas e
da mãe já idosa e doente. Uma mulher
forte e firme, que sabe o que faz e como se relacionar com a natureza e com os
animais, especialmente as abelhas.
Para
preservar a produção e a natureza, ela divide sua coleta de mel meio a meio com
as abelhas, 50% para cada lado. A
simples exposição dessa vida, desse povoado, dessa beleza natural, com uma
fotografia primorosa, já valeria o filme.
E como. Mas os três anos que
foram consumidos em sua produção permitiram testemunhar a chegada de uma
família de vizinhos, com muitos filhos, 150 cabeças de gado e muito ruído. Além de uma disposição de produzir mais, que
acabará pondo em risco o equilíbrio do lugar e da vida de Hadtidze. Cada qual tentando viver à sua maneira,
porém, descobrindo os limites possíveis.
Conta-se essa história, claro, incluindo
encenações, mas revelando algo muito palpável de uma vida real. Não parece documentário, mas é. E espetacular. “Honeyland” concorreu ao Oscar de filme
internacional, depois de haver vencido o Grande Prêmio do Júri em
documentários, em Sundance. É o primeiro
filme da Macedônia do Norte que estamos vendo, já que, com esse nome, o país só
passou a existir em 2019. Consequência
do litígio perdido frente à Grécia, que reivindicou o nome Macedônia para a região que pertence àquele país.
O filme, exibido na Mostra Internacional de Cinema em
São Paulo, foi muito apreciado e comentado entre os críticos e entre os
cinéfilos. Chega agora aos cinemas. Em São Paulo em exibição no Cinesesc.
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