SHAZAM (Shazam). Estados Unidos, 2018. Direção: David F. Sandberg. Com
Zachari Levi, Asher Angel, Mark Strong, Jack Dylan Grazer, Faithe Herman. 132 min.
Se, neste momento, o seu negócio é um
cineminha descompromissado, só para se divertir e nada mais, sem esquentar a
cabeça, a opção pode ser “Shazam”.
O que é “Shazam”? Mais uma história de super-heróis, como
tantas outras, com muita ação, efeitos especiais, humor e brincadeira. Com direito a um vilão tão invencível como o
próprio herói, o doutor Sivana (Mark Strong).
Com agravantes: ele é um cara mais vivido, mais maduro. E tem a acompanhá-lo um bando daquelas
figuras horrendas de computador, que vêm a ser os pecados capitais. Conclusão, para enfrentar um bando desses não
basta um, é preciso um bando de super-heróis adolescentes e crianças.
Aí está a chave desse super-herói. Ele é apenas um garoto esperto e meio
malandro, de 14 anos de idade, Billy Batson, vivido por Asher Angel. Ele vai descobrindo superpoderes, ajudado por
um amigo, papel de Jack Dylan Grazer. Os
poderes são múltiplos, variados, espantosos.
Mas um garoto com essa idade vai fazer o que com esses poderes? Vocês podem imaginar, muitas bobagens,
futilidades, que acabam se tornando brincadeiras perigosas. Principalmente porque basta dizer a palavra
mágica, que ele se transforma em Shazam (Zachari Levi), um adulto encorpado e
forte. A mentalidade, porém, não muda, o
que muda é só o corpo.
A alternância de ambiente, do mais cotidiano,
como a escola ou o vagão do metrô, para o mundo mágico é imediata. A fantasia, nos dias de hoje, não precisa
mais de preparo, poções especiais, túneis, nem mesmo esfregar lâmpadas. De lá para cá e daqui para lá, tudo se dá
instantaneamente. Tudo é muito ágil, sem
perda de tempo. Já encontrar uma missão
digna dos superpoderes entregues por meio de um bastão por um velho mágico pode
ser complicada para quem ainda não tem experiência de vida suficiente para
saber o que fazer com isso. Ser grande,
forte e poderoso, com uma cabeça imatura e preocupações banais e imediatas, é a
graça do personagem.
Já quando outros personagens, mirins e
juvenis, se transformam e se acoplam para a luta final, todo mundo se dá muito
bem. Apanhando, aprende-se a bater, em
busca de sobreviver aos monstros. E quem
não sabe de antemão qual será o fim dessa história?
A produção, como de costume nos blockbusters
estadunidenses, é caprichada,
vistosa, cheia de efeitos, com muita movimentação, constituindo-se num bom
passatempo. A diversão resume-se às
pouco mais de duas horas de projeção.
Ao sair do cinema, não fica nada, nenhuma
reflexão, nenhuma cena memorável, nenhuma inventividade. É só e exclusivamente para passar o tempo,
mesmo, divertindo-se com um super-herói adolescente, como o perfil do público
mais visado pelo espetáculo.
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