Antonio Carlos
Egypto
O cinema brasileiro conta, atualmente, com uma
grande produção de filmes, de variados estilos e gêneros. As comédias, que partem de figuras
televisivas bem conhecidas do público e contam com o apoio e divulgação dos
veículos da Globo, geralmente alcançam números expressivos de
espectadores. Alguns filmes religiosos,
também. A regra, no entanto, não é essa,
para a maioria da produção cinematográfica nacional. Em especial, para o chamado cinema de autor,
que exige reflexão e costuma tirar o espectador da zona de conforto. Ou para produções inovadoras e calcadas em
aspectos relevantes da nossa cultura, muitas vezes realizadas com poucos
recursos.
Para esse tipo de cinema, que não toma como
base o entretenimento puro e simples, não é fácil encontrar distribuição
adequada que lhe permita atingir seu público.
Sabemos como filmes importantes, ou que mereciam ser conhecidos, passam
meteoricamente pelos cinemas, sem tempo para serem descobertos pelo público a
que se destinam ou pelo público em geral.
Uma semana em cartaz, com poucas cópias, em poucas salas, em poucos
horários, com divulgação precária, e o produto se perde no esquecimento. Acresça-se a tudo isso o preço alto do
ingresso nos cinemas e as coisas se complicam ainda mais.
Há uma luz no fim desse túnel e que tem
iluminado essa produção cinematográfica nacional com sucesso, aproximando
realizadores e plateia do cinema brasileiro.
É a sessão Vitrine, com apoio da Petrobrás. A sessão Vitrine está pondo
em cartaz, atualmente, em mais de vinte cidades brasileiras, todos os meses, um
novo filme nacional independente, que permanece nas salas do projeto Vitrine
por duas semanas, com ingressos a R$12,00 (doze reais) a inteira, incluindo
sessões com debate e a presença dos realizadores: diretores, atores, atrizes,
etc..
Na cidade de São Paulo, o cine Belas Artes, o
Itaú Augusta, o Cinearte, do Conjunto Nacional, e o Cinesystem Morumbi já
participavam do projeto. Agora, as salas
do PlayArte Marabá, no centro de São Paulo, e PlayArte Metrópole, em São
Bernardo do Campo, também se associaram.
Em 2018, a sessão Vitrine estará em Aracaju,
Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa,
Londrina, Maceió, Manaus, Niterói, Palmas, Porto Alegre, Recife, Rio Branco,
Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Paulo, Teresina e Vitória.
Desde 2011, a sessão Vitrine já teve mais de
100 mil espectadores, nos 17 filmes lançados em aproximadamente 28 cidades e 32
cinemas do Brasil, com títulos como “O Som ao Redor”, “Hoje Eu Quero Voltar
Sozinho”, “As Duas Irenes”, “Pela Janela”, “Divinas Divas”, “Jonas e o Circo
sem Lona”, “Torquato Neto: Todas as Horas do Fim”, “Martírio”, “Severina”,
entre muitos outros. Em maio, será
lançado o documentário “Todos os Paulos do Mundo”, sobre Paulo José, um dos
maiores atores do nosso cinema, que completa 80 anos de vida. O filme é dirigido por Rodrigo de Oliveira e
Gustavo Ribeiro.
O projeto Vitrine tem garantido uma boa divulgação
dos filmes lançados, e o faz em escala nacional, atingindo praticamente todas
as capitais e algumas cidades grandes, Brasil afora. Vale a pena ficar atento a esse projeto, que
já há bons anos tem contribuído para que o melhor do cinema brasileiro chegue
ao público, que merece conhecê-lo mais, pagando pouco por isso. E estimulando a frequência às salas de
cinema, o lugar mágico em que as pessoas riem e choram juntas, se encontram,
trocam ideias, dão dicas umas às outras e revitalizam a sétima arte.
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