Antonio Carlos
Egypto
MOONLIGHT – SOB A LUZ DO LUAR (Moonlight). Estados Unidos,
2016. Direção: Barry Jenkins. Com Alex Hibbert, Ashton Sanders, Trevante Rhodes, Naomie Harris, André
Holland, Mahershala Ali. 111 min.
“Moonlight” entra na corrida para o Oscar com a
vantagem de ter sido escolhido como melhor filme na categoria drama, no Globo
de Ouro. E tem uma história envolvente e
emocionalmente forte, capaz de tocar a sensibilidade das pessoas.
O personagem central, um afro-americano vivendo num
bairro violento, em Miami, será mostrado em três etapas fundamentais da vida: a
infância, a adolescência e a vida de jovem adulto, de modo a compor a
trajetória de uma tragédia que envolve raça, sexualidade, masculinidade e o
mundo das drogas que a circunda.
Chiron, esse é o nome do personagem, primeiro é
Little (Alex Hibbert), um garoto inseguro, largado, sem o necessário apoio
familiar e com poucas chances de encontrar seu lugar no mundo, vivendo com
Paula (Naomie Harris), mãe solteira, dependente de drogas, mais perdida do que
ele próprio. Poderá encontrar uma figura
paterna, acolhedora e provedora, em um amigo da mãe, que é fornecedor de drogas. Esse personagem, Juan (Mahershala Ali), é uma
bela figura humana, mas não pode ostentar a dignidade, que na realidade ele
tem, em função de sua atividade danosa e ilegal.
Chiron
adolescente (Ashton Sanders) não tem coragem para enfrentar o bullying que sofre, se sente covarde,
desencontrado dos outros, subjugado e agredido.
A cena em que ele mergulha o rosto numa banheira de gelo, para se
recuperar de agressões, é muito bonita e tocante. A revelação do desejo homossexual é um grande
complicador a mais, algo marcante e, ao mesmo tempo, fonte de rejeição e
opressão social.
Que alternativas teria Chiron, também conhecido como
Black, já adulto (Trevante Rhodes), senão impor-se pela violência, que é o que ele
sempre conheceu, valendo-se do caminho do
tráfico? Uma fileira de dentes de ouro
simboliza esse rumo, fonte de dinheiro e de algum poder num mundo de pobreza e
ausência de perspectivas dignas de vida.
Uma história que nos traz uma reflexão social e
poética sobre a questão da identidade, que o diretor Barry Jenkins conduz com
sensibilidade, colocando ênfase nas emoções.
Sua câmera se nutre de cada situação, sofrimento ou esperança, nos
levando para dentro dos personagens, que se dirigem ao espectador para mostrar
o que é a vida que eles vivem.
Impossível ficar indiferente.
Um filme que exala a negritude como uma força e um drama. Que denuncia a violência, mas reconhece a
beleza. Afinal, “sob a luz da lua,
garotos negros parecem azuis”. De um
conto que tinha esse título, acabou saindo esse trabalho, que foi sendo
composto ao longo dos anos. Um elenco
muito talentoso deu vida a essa trama. E
com os três atores que representam Chiron, consegue-se compor a continuidade de
um personagem, de uma trajetória de vida, de forma coerente.
É um filme bom e muito interessante, sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação de Mahershala Ali neste filme. O vi recentemente em True Detective, se você esta procurando assistir séries de suspense policial eu recomendo! É uma série muito boa, é uma boa opção para uma tarde de séries. Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-la, eu recomendo, na minha opinião, este foi uma das melhores séries policiais que foi lançada. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, a historia está bem estruturada, o final é o melhor.
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