Tatiana Babadobulos
O VINHO PERFEITO (Vinodentro). Itália, 2013. Direção: Ferdinando Orgnani. Com Giovanna Mezzogiorno, Erika Blanc e Vincenzo Amato. 92 min.
Muito melhor do que “O Vinho Perfeito” (“Vinodentro”), longa-metragem italiano que chegou recentemente aos cinemas brasileiros, é o assunto sobre o qual ele trata. Vinho, é claro.
A bebida foi centro do francês “Sobre Amigos, Amor e Vinho“, que envolve o líquido em meio a dramas familiares.
Aqui, Giovanni (Vincenzo Amato) descobriu-se especialista na bebida dos deuses depois de largar o trabalho burocrático em um banco. Na Itália, onde vive com a mulher, Adele (Giovanna Mezzogiorno), ele cultua a bebida e desenvolve o paladar a fim de apreciar cada vez mais e melhor os sabores.
No decorrer da narrativa, o espectador vai se familiarizando com os processos que compõem o trabalho de sommeliers. Um deles é o treino do olfato. O personagem mostra como faz esse treinamento, mas também esbanja o que ganha na aquisição de garrafas raras e caras. E as guarda trancadas.
Acostumado mais aos documentários do que às obras de ficção, o diretor Ferdinando Orgnani opta por contar a história de forma não-linear. É pelo fim que a plateia começa a acompanhar o que está acontecendo.
Na primeira sequência do longa, ele aparece dormindo e, em seguida, é levado pela polícia para depoimento na polícia por conta de um assassinato. Nem o personagem nem o espectador sabe o que aconteceu. A descoberta é feita simultaneamente, embora não seja nada instigante.
Pouco se sabe e pouco se envolve na trama. O espectador pode se envolver pelo processo do vinho, tal qual em “O Julgamento de Paris”. Aqui, a trama é tosca e não desperta interesse.
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