Antonio
Carlos Egypto
Já começou em São Paulo o Festival Internacional de
Curtas Metragens organizado pela equipe chefiada por Zita Carvalhosa. É a vigésima quinta edição de um festival que
reúne o que de mais significativo se produz no formato curta, no Brasil, na
América Latina e no mundo, na medida em que traz os premiados dos principais
festivais de cinema que incluem os curtas.
Neste ano serão exibidos 337 filmes selecionados
entre 3400 inscritos, cerca de metade deles são produções brasileiras e estão
representados 51 países. Os filmes são
apresentados em blocos de 3 a 6, agrupados por origem: Mostras Internacional, Latino-Americana,
Brasil, Panorama Paulista, Cinema em Curso.
Ou em programas especiais temáticos, como 100 Anos de Cortázar, Diversidade
Sexual – Assunto de Família, Mostra Infanto-Juvenil e o muito apropriado
Quebrando Muros, que celebra os 25 anos não só do próprio festival, como da
queda do muro de Berlim.
As sessões
são todas gratuitas, com ingressos distribuídos uma hora antes do seu
início. Os locais que fazem parte do
festival são o MIS – Museu da Imagem e do Som, a Cinemateca Brasileira, o
Cinesesc, o Espaço Itaú Augusta, o cine Olido, o Centro Cultural São Paulo, o Cinusp
e o Circuito Municipal de Cultura, que inclui vários CEUs municipais na
programação.
São tantas opções, e tudo ocorre simultaneamente em
todos esses espaços, que é difícil indicar o que assistir. É uma grande variedade e certamente tem muita
coisa que vale a pena ver.
Vou destacar alguns que me agradaram, como o
colombiano “Leidi”, de Simon Mesa Soto, de 15 minutos, os alemães “Berlim,
Berlim”, de Hartmut Jahn, de 4 minutos, uma colagem musical sobre a queda do
muro de Berlim, e “Três Pedras para Jean Genet”, de Frieder Schlaich, de 7
minutos. Há um francês em 3D, bem
original, “Diário de uma Geladeira”, de Josephine Robe, de 6 minutos, que trata de trinta anos na vida de
uma família, do ponto de vista de uma geladeira. Espetacular é o brasileiro “Meu Amigo
Nietzsche”, de Fauston da Silva, de 15 minutos.
Nele, a leitura reiterada de “Assim Falou Zaratustra”, de Nietzsche,
provoca uma hilária e violenta revolução na mente de um garoto, sua família e a
sociedade. Humor muito inteligente, de
alta qualidade, em timing perfeito,
que produz sonoras gargalhadas na plateia.
Vale a pena garimpar esses curtas e encontrar pérolas como essas. Deve haver muitas na programação e para todos
os gostos.
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