Antonio Carlos Egypto
A REDE SOCIAL (The Social Network). Estados Unidos, 2010. Direção: David Fincher. Com Jesse Eisenberg, Justin Timberlake, Andrew Garfield. 120 min.
Não há coisa mais “da hora”, como diria a galera antenada, do que as redes sociais que se espalham pela Internet. A maior delas, o Facebook, conta com 500 milhões de pessoas, em 207 países. Um fenômeno espantoso!
O criador dessa rede social, Mark Zuckerberg, é o mais jovem bilionário do mundo e acaba de ser eleito pela revista Time como a personalidade do ano, escolha justificada pelo fato de que o seu trabalho alterou a forma de as pessoas se relacionarem, conforme notícia publicada pela Folha de São Paulo, em 16/12/10.
O filme “A Rede Social” conta a história do surgimento do Facebook e da projeção de Mark Zuckerberg, a partir dos processos movidos contra ele e dos flash-backs que ilustram os fatos e as acusações. Por ali se vê um gênio da Informática, estilo nerd, que não tem maiores escrúpulos e faz da capacidade de controlar emoções uma arma para conseguir o que bem entende. Não que as coisas não o abalem, mas ele dissimula e as transforma em ações vingativas, se necessário. Sem compaixão por ninguém, nem mesmo pelo melhor (único?) amigo. Sem meias palavras: um gênio que é mau caráter. É isso que o filme mostra.
Essa história garante uma trama atraente e incrivelmente atual. É o que dá força ao filme. Para quem não é tão versado em informática, algumas informações podem soar grego ou simplesmente ficarem algo confusas. Mas não é isso o que conta. São os relacionamentos do personagem, como ele lida com as coisas que vão lhe acontecendo e de que forma ele viabiliza seus planos, que vão se tornando cada vez mais mirabolantes. E, ainda, como essa fortuna vai se acumulando a partir de um início em que, segundo o filme, o interesse dele era muito pouco voltado para o dinheiro. Curioso, não?
Pertencer a grupos de elite no ambiente competitivo da Universidade de Harvard e vingar-se da namorada, que rejeitou seu jeito de ser, parecem ter sido motivações iniciais muito mais fortes. O reconhecimento do talento em escala cada vez maior e o poder sobre as pessoas foram sempre grandes objetivos.
Chamou minha atenção o fato de essa película estar sendo indicada para os mais badalados prêmios mundiais da indústria do cinema: Oscar, Globo de Ouro, entre outros. Não vejo nada que a destaque ou justifique a importância que estão lhe dando. Exceto o assunto de que trata. Se o Facebook é uma das coisas mais inteligentes e inovadoras do mundo da computação, o cinema que “A Rede Social” apresenta é bem feito, mas convencional. Vale também pela crítica ao personagem que ele enfatiza. Ou seja, não é um produto chapa branca. Dá para ver com interesse. Mas não empolga.
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