quinta-feira, 8 de outubro de 2015

PETER PAN

Antonio Carlos Egypto



PETER PAN (Pan).  Estados Unidos, 2015.  Direção: Joe Wright.  Com Levi Miller, Garret Hedlund, Hugh Jackman, Adeel Aktar, Rooney Mara, Amanda Seyfried.  113 min.


Se o que você gosta de ver no cinema é espetáculo, aventura e fantasia, o novo “Peter Pan”, dirigido por Joe Wright, é a sua pedida no momento.  O filme exibido no telão em 3D é exuberante.  Diversão pura.

“Peter Pan”, como seria de se esperar em produções desse gênero, tem efeitos especiais em profusão, batalhas cheias de pirotecnia e fantasia em altas doses.  Navios que circulam pelo ar, nesse filme, são tão banais quanto andar de metrô numa grande cidade, num filme realista.  Ou seja, acontece a toda hora, ninguém estranha.  O menino Peter (Levi Miller), de 12 anos, que se descobre capaz de voar, é da essência da história, já está banalizado também.




O reino das fadas e o pó que se extrai de montanhas mágicas capazes de rejuvenescer as pessoas já não é tão rotineiro assim.  Mas está lá, cheio de luzes atraentes ou movimentadas.  O filme explora a fantasia sem pudor e isso acaba diminuindo um pouco a carga agressiva, de sopapos, brigas, batalhas e guerras.  Estão lá, claro, mas um pouco mais equilibradas do que de costume, nesse tipo de produto de entretenimento.

A história pretende dar uma nova visão sobre a origem dos personagens clássicos de Peter Pan, a partir da peça The Boy Who Wouldn’t Grow Up, de J. M. Barrie. O roteiro de Jason Fuchs, por exemplo, cria uma amizade entre Peter e Gancho (Garret Hedlund), este antes de se tornar capitão.  Eles lutam contra Barba Negra (Hugh Jackman), que é o vilão desse filme. Peter aparece nas primeiras cenas sendo abandonado bebê numa cestinha, em frente a uma instituição religiosa, que acolhe crianças como essa.  Em que pese tal abandono, já sabemos na primeira sequência que a mãe de Peter é amorosa e bondosa, o que de algum modo surpreende.  Já a instituição das freiras que cuidam dos rebentos rejeitados, essa, sim, é um horror de maus tratos, maldade e corrupção, num clichê absoluto.




Enfim, é uma outra trama que se coloca como anterior à que conhecemos tradicionalmente. A estratégia de marketing parece clara: é a primeira parte de uma história que se desdobrará em vários filmes.  Esse é o só o começo.  Quantos produtos renderá, depende da bilheteria que colher, da repercussão e do sucesso junto ao público, especialmente o infantojuvenil.

O elenco conta com atores conhecidos, mas não grandes estrelas.  Informa-se que Ryan Gosling e Javier Barden declinaram do convite para viver os papéis do Capitão Gancho e de Barba Negra, respectivamente.   De qualquer modo, ninguém precisa de grandes atores para viver papéis de contos de fadas em que o que se destaca é a tecnologia cinematográfica do século XXI.  O que um ator do calibre de Javier Barden teria a fazer aqui?




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