segunda-feira, 22 de junho de 2015

O CIDADÃO DO ANO

     Antonio Carlos Egypto                                                                                                                       
                                                                                                       
  
                                                                                                          

                                                
O CIDADÃO DO ANO (Kraftidioten).  Noruega, 2014.  Direção: Hans Petter Moland.  Com Stellan Skarsgard, Birgitte Hjort Sorensen, Kristofer Hivju, Bruno Ganz.   116 min.


“O Cidadão do Ano” é um thriller de grande intensidade dramática, boas doses de sangue, muitas reviravoltas e imagens muito atraentes.  Vem da Noruega, dirigido por um dos mais destacados cineastas da Escandinávia, Hans Petter Moland. Exibido na mostra competitiva do Festival de Berlim 2014 traz no elenco um ator sueco, a esta altura já bem conhecido do público brasileiro: Stellan Skarsgard, presença frequente nos filmes do diretor dinamarquês Lars von Trier e de muitas outras produções, inclusive de Hollywood.  Grande ator, aqui em mais um papel marcante. E contracenando com outro grande ator, o suiço Bruno Ganz, de larga carreira no cinema europeu.




Stellan Skarsgard faz Nils, que dirige um caminhão pesado, limpador de neve, nas montanhas norueguesas.  Recentemente recebeu um prêmio como Cidadão do Ano na sua cidade.  Mas quando um filho dele é assassinado por algo que não fez, esse cidadão decide fazer justiça na base da vingança e se propõe a matar os culpados.  O problema é que suas ações desencadeiam uma guerra entre um gângster vegetariano e o chefe de uma máfia sérvia, que tinham até então um acordo de não-agressão.  É daí vêm a violência que por meio do sangue tinge a paisagem branca da neve com frequência.

Mas não é preciso se assustar: o filme explora o visual da neve com tamanho encanto, movimentos de câmera sofisticados  e sutileza em algumas das mortes que conquistam até o espectador que tenda a rejeitar filmes considerados violentos.

A neve ocupa a tela sob muitas formas todo o tempo, ela é central na narrativa.  A história não faria sentido sem ela. Funciona como elemento opressor, sufocador, encobridor, ao mesmo tempo em que é elemento decorativo, sedutor, revelador de uma paisagem de grande beleza e fonte de dinamismo para as cenas.  Além disso, o filme tem um roteiro muito bem engendrado, cheio de situações inusuais, com tensão e suspense constantes e uma resolução criativa e surpreendente.




Um filme todo branco, mas que não deveria passar em branco em sua temporada nos cinemas.  É um filme de primeira linha, no seu gênero cinematográfico. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário