quarta-feira, 11 de março de 2015

PARA SEMPRE ALICE

                               
Antonio Carlos Egypto




PARA SEMPRE ALICE (Still Alice).  Estados Unidos, 2014.  Direção: Richard Glatzer e Wash Westmoreland.  Com Julianne Moore, Alec Baldwin, Kristen Stewart, Kate Bosworth.  101 min.


O mal de Alzheimer aparece como uma ameaça terrível à medida que envelhecemos.  Numa sociedade que prolonga a vida, pelos avanços da medicina e da tecnologia, se torna um sério problema de saúde pública. 

Mas parece que o que chamamos genericamente de doença de Alzheimer contempla, na verdade, manifestações diversas, que podem ser vividas por meio de diferentes sintomas, com evolução distinta e até certo ponto imprevisível.  Em comum, a progressiva perda da memória e o que é mais destruidor: a perda da identidade.



No caso relatado no filme “Para Sempre Alice”, a dra. Alice Howland (Julianne Moore), uma renomada professora de linguística, é acometida por um Alzheimer precoce, aos 50 anos de idade.  É uma paciente com muita consciência do que se passa e com muitos recursos.  Apesar disso, as perdas se imporão, uma após a outra.  Ela se perde nas ruas habituais de Manhattan, onde costumava correr, as palavras fogem, sua atividade profissional acaba e sua identidade vai se perdendo, pouco a pouco, mas progressivamente.  Até decisões vitais e definitivas, que podem contar com a ajuda da tecnologia, se tornam impraticáveis na ausência da memória imediata.




É uma experiência sofrida e angustiante, que compartilhamos com a personagem.  Isso se dá de modo dramático, muito efetivo e convincente, graças ao excepcional desempenho da protagonista: a grande atriz Julianne Moore, premiada com o Oscar 2015 por essa atuação.

O trabalho do restante do elenco passa longe do brilho da protagonista.  Alec Baldwin, como John, o marido de Alice, e Kristen Stewart, como a filha Lydia, têm performances discretas, que não empolgam. 




A narrativa de “Para Sempre Alice” também não inova em nada.  Mas faz um bom relato do tema e produz envolvimento emocional no público pelo desempenho de Julianne Moore.  Aguça nossa sensibilidade para uma questão séria para a vida das pessoas e para a sociedade do nosso tempo.

Para quem se interessa pelo assunto, um outro bom filme sobre o mal de Alzheimer é a produção canadense “Longe Dela” (Away From Her), dirigida por Sarah Polley, com Julie Christie, Gordon Pinsent e Olympia Dukakis, nos principais papéis.  É um filme de 2008, disponível em DVD.





Nenhum comentário:

Postar um comentário