quinta-feira, 3 de março de 2011

Rango

Tatiana Babadobulos

Rango. Estados Unidos, 2011. Direção: Gore Verbinski. Roteiro: John Logan. Com vozes de Johnny Depp, Isla Fisher, Alfred Molina. 107 minutos

A partir do ponto de vista de um camaleão criado como animal de estimação dentro de um aquário, é contada a história de “Rango”, longa-metragem de animação que estreia na quarta-feira, dia 9 de março.


Tudo começa quando Rango (com voz de Johnny Depp, na versão original), o tal camaleão, literalmente cai do carro no qual viajava em uma cidade em um lugar inóspito. Enquanto vivia no aquário, Rango tinha a pretensão de ser ator e inventava histórias com os personagens que tinha à disposição, como o peixinho e uma boneca sem cabeça.

O local onde foi parar lembra o deserto mexicano, ou algum lugar do Velho Oeste, principalmente por conta da parte arenosa e das corujas que cantam música com sotaque. Mas lá existe um grande problema: a falta d'água. E ele terá de se adaptar e lidar com figuras estranhas, corruptas e ardilosas para conseguir trazer de volta a água, e, consequentemente, a vida dos que moram ali.

Além de enfrentar o calor, Rango precisa também encarar os inimigos, como o prefeito tartaruga, a cascavel, capivaras que roubam bancos, répteis venenosos. Porém, é com a ajuda de Feijão (Isla Fisher), uma lagarta, que consegue sair do meio do nada.

O respeito dos outros ele começa a ganhar a partir do momento que liquida (com uma bala) a águia que ronda a cidade e da qual todos, sem exceção, têm medo. Mas daí gera outro problema...

Rango, que era um animal de estimação e vivia em um aquário, começa a sofrer crise de identidade, inventa situações inusitadas, fazendo cenas engraçadas, principalmente quando temos a voz de Johnny Depp dando vida ao personagem. Destaque também para o Tatu, com voz de Alfred Molina, e cheio de lições de sabedoria para dar.

Dirigido por Gore Verbinski (de “Piratas do Caribe”), o longa-metragem apresenta uma inovação incrível no que diz respeito à criação dos personagens, sua pelagem e todo o desenho desenvolvido com a ajuda do computador.

A fita lembra bastante os filmes de faroeste, como os produzidos por John Ford, além dos protagonizados por John Wayne, como “Bravura Indômita”, que foi refilmado pelos irmãos Coen recentemente.

Para fazer a animação, o diretor contou com a ajuda de especialistas em filmes live-action (ao vivo). Sendo assim, a equipe montou um verdadeiro saloon com um bar de madeira e portas de vai-e-vem para que os atores interpretassem as vozes enquanto estivessem gravando as vozes. Assim, a chance de parecer real é muito maior. Para compor a trilha sonora, Hans Zimmer ficou encarregado de modo a passar uma sensação de live-action à animação. Ou seja: tudo para parecer de verdade. E deu certo!

“Rango” não é uma típica animação produzida pela Disney-Pixar, ou pela DreamWorks, estúdios responsáveis por histórias como “Toy Story” e “Shrek”, respectivamente; “Rango” tem humor irreverente e trata de temas profundos, como corrupção, falta d'água, escassez, coisas que, infelizmente, nos são tão caras. Talvez por isso os adultos se divirtam mais que as crianças. Ni limite, existe chance extra de os pequenos aprenderem como é difícil ser adulto por conta dos problemas que enfrentamos, e consigam, desde já, dar um jeito nisso.

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